segunda-feira, 30 de abril de 2007



Texto publicado no blog do jornalista Alan de Faria, da Folha de São Paulo, sobre Jovens Suicidas em 28 de novembro de 2006.

Uma peça... e as suas reticências



Assisti à peça Jovens Suicidas, de Joeli Pimentel, duas vezes. E nas duas vezes, quando acabou o espetáculo, ainda pensava nas falas das quatro personagens do espetáculo. Na verdade, meu pensamento vagava pela história e realidade de quatro jovens adultos que procuravam (ou escondiam) o lugar deles no mundo da loucura, da paixão ou do ódio.
Escrita pelo próprio Joeli, a peça dá margem para o público tirar conclusões próprias ou associar o que vêem no palco com suas próprias vidas. Isso, talvez, dê medo, uma vez que é ali, no palco, "cara-cara", que tendemos a olhar para dentro de nós mesmos, onde existem as verdades e as mentiras. O teatro geralmente desperta isso.
Jovens Suicidas, que encerrou temporada no último domingo - e só volta em cartaz em uma futura mostra da Cia. Desencontrários, formada pelo Joeli, Janaina Fainer e Dany Avilla -, reúne duas peças. Enquanto a primeira conta a história de uma garota que anuncia uma vaga de emprego nos classificados do jornal; na segunda, um pesquisador é seqüestrado por uma suicida.
Tais histórias podem até serem banais e não terem parentesco entre elas. No entanto, é por meio dos diálogos travados entre as personagens que a peça se impõe como um importante retrato da juventude atual, que tem medo, falha e ri da própria vida. Jovens Suicidas é obrigatória pelo fato de deixar reticências. O ponto final fica a cargo de quem assiste ao espetáculo.


é isso
até mais
se cuidem!
posted by Alan - desacomodado at 1:57 AM

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